Cada ser humano é único no universo. Viver é desenvolver a arte de conviver e se relacionar com diferentes e únicos. A vida sempre é plural, viver com… Atualmente, a convivência, baseada na partilha, solidariedade e trocas, cada vez mais, está sendo substituída pelo ódio e a violência. Essa turbulência produz medo e insegurança. O fanatismo é um comportamento doentio que transforma a beleza e a riqueza das diferenças, em relações que produzem a desigualdade e a agressão.
O fanático não consegue mais refletir de forma racional, dentro de parâmetros lógicos. Mentalmente é muito “estreito”. Alimenta, dentro de si, a dicotomia de bem/mal. Desaparece a capacidade de discernimento. Por isso, a relação com o diferente é de agressividade, intolerância absoluta e ódio. No mundo só existem dois conceitos, “a minha e as erradas”. Como não consegue tomar distância de si mesmo, faz desse comportamento a razão de viver e existir.
A Copa do Mundo de futebol, na Rússia, como evento de magnitude mundial, convoca todos e todas a manifestar toda a sua beleza cultural, política, crenças e sonhos. A convivência e a admiração pelo diferente, poderá deixar a terra e o mundo mais fraterno e mais rico. Independentemente do resultado dos jogos, poderemos trazer na bagagem de volta a experiência de vida de outros povos e nações, e contabilizar isso como o grande ganho do evento. Poderemos transformar a convivência como o melhor placar dos jogos. Ser campeão é, sem dúvida, motivo de grande alegria, mas sem fanatismos, será secundário.
Essa forma de conviver, já experimentamos no Albergue Martim Lutero: removemos preconceitos e temos em comum o objetivo diário de buscar um mundo onde caibam todas as pessoas, com suas crenças, culturas e diferenças. Que o verdadeiro e grande ganho da Copa do Mundo seja o avanço de uma melhor convivência humana!
P. João Paulo Auler
Superintendente do Albergue